Investigação de Trombofilias

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A trombofilia é o termo utilizado para descrever um conjunto de distúrbios, caracterizados por promoverem alterações na coagulação sanguínea, as quais condicionam um maior risco para trombose. A trombose é uma doença multifatorial cuja patogênese envolve a interação entre fatores adquiridos e genéticos. Dentre os fatores de risco adquiridos estão a obesidade, tabagismo, pressão alta, uso de anticoncepcionais ou reposição hormonal, gestação, puerpério, fraturas, cirurgias, neoplasias e síndrome do anticorpo antifosfolípide. Entre os fatores genéticos, mutações pontuais encontradas no gene do Fator V (G1691A), gene da Protrombina (G20210A) e gene MTHFR (C677T e A1298C), estão entre as principais causas de trombose.

Em geral, a trombose é assintomática, dificultando o seu diagnóstico. Por causa desse perfil silencioso, muitas mulheres portadoras de trombofilia descobrem a doença apenas após alguma complicação na gestação. Isso ocorre porque quando as mulheres estão grávidas, ficam, naturalmente, em um estado de hipercoagulabilidade, o que significa uma maior chance de produzir trombos que podem obstruir vasos da placenta, ocasionando abortos precoces de repetição, óbito fetal, descolamento prematuro de placenta, restrição de crescimento intrauterino, eclampsia precoce, entre outros.

FATOR V DE LEIDEN

O gene do Fator V codifica uma proteína plasmática que é essencial para a síntese da trombina, proteína responsável pela ativação da coagulação. A presença da variante genética 1691G>A nesse gene origina uma proteína alterada denominada de Fator V de Leiden. A proteína alterada eleva significativamente o risco de tromboembolismo venoso em seus portadores.

A mutação no gene do Fator V de Leiden é responsável por aproximadamente 20% dos eventos de tromboembolismo venoso. Na presença de uma cópia do gene mutado (indivíduos heterozigotos), o risco para desenvolvimento de trombose é de 3 a 10 vezes maior comparado aos indivíduos que não possuem nenhuma cópia do gene mutado. Já os indivíduos com as duas cópias do gene mutado (indivíduos homozigotos), possuem um risco 80 vezes maior.

FATOR II (gene da Protrombina)

Também chamado de protrombina, o Fator II é uma proteína sanguínea sintetizada no fígado, a qual na presença da vitamina K e ao final da cascata de coagulação, induz a transformação do fibrinogênio em fibrina, participante dos mecanismos de controle da coagulação.

A mutação no gene da Protrombina é associada ao aumento dos níveis plasmáticos de protrombina, resultando em maior potencial a hipercoagulabilidade e aumentando o risco para tromboembolismo venoso e trombose cerebral. Indivíduos que possuem uma cópia do gene mutado têm um risco 6 vezes maior de sofrer uma trombose venosa.

MTHFR (metilenotetrahidrofolato redutase)

MTHFR é uma enzima-chave para certos processos biológicos, dentre eles, a conversão de homocisteína em metionina. Mutações em genes que codificam essa enzima, como as mutações C677T e A1298C, provocam redução significativa da atividade da mesma, causando a hiperhomocisteinemia. Essa condição está relacionada a risco elevado para doenças cardiovasculares e maus resultados gestacionais.

O genótipo homozigoto para a mutação C677T está associado ao aumento de 25% da concentração plasmática da homocisteína. Por sua vez, o genótipo homozigoto para o polimorfismo A1298C também é considerado patogênico, pois aumenta consideravelmente os riscos para eventos trombóticos e também abortamentos de repetição. Indivíduos heterozigotos para os dois polimorfismos (C677T e A1298C) também apresentam alto risco para eventos vasculares.

QUEM DEVE FAZER:

  • Pacientes com história pessoal ou familiar de trombose venosa e/ou AVC inferior a 50 anos;
  • Pacientes com Infarto do miocárdio em mulheres fumantes com idade inferior à 50 anos;
  • Pacientes com histórico de trombose venosa em locais não usuais (ex: veias hepáticas, mesentéricas e cerebrais);
  • Pacientes com trombose venosa recorrente;
  • Pacientes em terapia hormonal para menopausa;
  • Pacientes grávidas com história familiar ou pessoal de trombose venosa;
  • Pacientes grávidas com descolamento de placenta;
  • Mulheres com histórico de abortos recorrentes, pré-eclâmpsia severa, ruptura placentária, retardo do crescimento fetal;
  • Mulheres em uso de contraceptivos orais.

Todos estes indicados por médicos ginecologistas e obstetras, hematologistas, cardiologistas, angiologistas e reumatologistas.

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 REFERÊNCIAS

  • Elizabeth M. Van Cott, MD; Britt L. Soderberg, BA; Michael Laposata, MD, 2002
  • Franco, RF, Reitsma, PH. Genetic risck factors of venous thrombosis. Hum Genet, 2001; 109: 369-384.
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  • Rosendaal FR, Reitsma PH. Genetics of venous thrombosis. J Thromb Haemost. 2009;7
  • Suppl 1:301–4.
  • Sumreen Kashif, Muhammad Ali Kashif, Anjum Saeed, 2015.
  • Sykes et al., 2000.
  • Wu O et al. Oral contraceptives, hormone replacement therapy, thrombophilias and risk of venous thromboembolism: a systematic review. The Thrombosis: Risk and Economic Assessment of Thrombophilia Screening (TREATS) Study. Thromb Haemost. 2005;94:17–25.

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